Você também precisa de colo, mãe. E tudo isso faz parte.
- O Mundo Mãe
- 30 de abr.
- 3 min de leitura
Entre noites mal dormidas, amor infinito e exaustão: entender que o afeto materno começa com o autocuidado é essencial.

Sabe aquela frase popular que sempre ouvimos: “Quando nasce um bebê, nasce uma mãe”? Ou uma ainda mais agressiva: “Quem pariu, que mantenha e balance”? — Um adendo: não tem nenhum “Mateus” no meio do ditado. Pois bem, ambas as frases têm um ponto interessante sobre a afetividade materna: a ideia errada de que a mãe já sabe cuidar de seu filho, que vai tirar de letra todas as dificuldades, e o melhor, se virar sozinha!
Existe uma ideia de perfeição que vem naturalmente com a maternidade. É um mito dizer que, quando seguramos uma criança no colo, automaticamente desperta em nós um instinto maternal afetivo que nos torna incansáveis, capazes de amar de uma maneira sobre-humana, esquecendo até mesmo das fragilidades.
Essa romantização da maternidade é, infelizmente, muito comum. E quando esse sentimento afetivo avassalador não aparece? Quer dizer que tem algo errado com você? Não. Existem mães que ficam cheias de amor para dar assim que seguram o bebê, ficam eufóricas e alegres, mas isso varia muito de mãe para mãe.
Não existe um padrão afetivo materno. Coloque em uma roda algumas mães e você vai ouvir as mais diversas versões. Mas o que muitas vão ter em comum são as fragilidades desse período: poucas noites de sono, uma preocupação constante com o bebê nas tentativas desesperadas de descobrir o motivo do choro ou ainda a dificuldade de realizar tarefas simples como tomar banho ou ir ao banheiro.
O puerpério é um terremoto (emocional e físico)
O puerpério, período de recuperação do organismo após o parto, que dura em média 45 dias após o nascimento do bebê, também é uma fase muito delicada para a mulher. Nesse tempo, além da queda da produção hormonal, o corpo passa por diversas transformações, dentre elas a retomada dos órgãos internos ao mesmo estágio antes da gravidez. Ainda pode ter aquela fase do blues puerperal, mudanças hormonais que podem abalar o humor das novas mamães.
O afeto também precisa vir de você, para você
Existem momentos lindos da maternidade: a troca de carinho entre a mãe e o bebê na amamentação, o colo quente da mamãe, o cheirinho da cabeça do bebê, o banho… Só que também há momentos difíceis. Você pode não estar feliz com as mudanças hormonais, até querer ter um espaço entre você e o bebê. Sim, isso pode acontecer e não te faz uma mãe desnaturada.
A maternidade exige muito — e o que quase ninguém fala é que, pra conseguir dar tanto amor, você também precisa receber cuidado.
Você pode amar seu bebê e ainda assim querer um tempo sozinha.
Pode estar feliz por ser mãe e, ao mesmo tempo, cansada de amamentar de hora em hora.
Pode sentir culpa — mas precisa lembrar: você está fazendo o seu melhor.
Peça ajuda. Você não precisa dar conta sozinha
É nessa hora que você deve recorrer a sua rede de apoio. Se você tem um parceiro ou parceira, recorra a estes. Se tem parentes, amigos, alguém de sua confiança, peça uma ajuda. Lembre-se que o orgulho é o maior adversário da maternidade. Rede de apoio não é luxo, é necessidade. Permita-se descansar. Permita-se ser cuidada.
O afeto materno não nasce do cansaço extremo. Ele floresce quando você se respeita. Quando você também se dá colo.
Autocuidado também é maternidade.
Dar uma pausa. Respirar. Pedir colo. Dizer “não dou conta hoje”.
Você tem esse direito — e isso não diminui o amor pelo seu bebê.
Na verdade, só o torna mais verdadeiro.
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Vamos espalhar mais afeto entre nós, não só para os nossos filhos, mas umas pelas outras.
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